Para celebrar o Setembro Amarelo, o Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran (HMB), unidade da Prefeitura de Barueri gerenciada em parceria com a SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, promoveu a palestra “Combater o estigma é salvar vidas”, ministrada por Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL). O evento, que contou com a presença dos colaboradores do hospital e dos profissionais da saúde do município, inclusive do secretário de Saúde, Dionísio Filho, teve a participação de mais de 60 pessoas.

De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio por ano. E a melhor forma para combater essa atitude é justamente com informação. “A campanha Setembro Amarelo foi pensada para alertar a todos sobre a seriedade desse assunto. É preciso tratar as doenças mentais, como a depressão, como doença. É uma falta de respeito falar para uma pessoa que tentou se matar que ela não valoriza a vida. Não é falta de fé ou ausência de espiritualidade, ela está doente e foi a doença que levou à essa tentativa”, ressalta Antônio, que destaca a importância de famosos falarem abertamente sobre a depressão para mudar o olhar da população.

Chico Anysio, Demi Lovato, Luciano do Valle e Lady Gaga foram alguns exemplos citados pelo psiquiatra para demonstrar que qualquer pessoa pode ficar doente, independente da condição financeira ou do status social. “Ainda existe muito preconceito com as doenças mentais. Eu tenho certeza que se eu perguntar quem faz acompanhamento psiquiátrico, ninguém vai levantar a mão. Mas, vocês sabiam que nem todo médico consegue identificar a depressão? Existem casos de hipotireoidismo que são tratados com antidepressivos, porque  foi fechado o diagnóstico de depressão mesmo sem nenhum sintoma psíquico ”, evidencia o presidente.

É importante destacar que fatores como desilusão amorosa, perda de emprego, situação de extrema vergonha, desespero e dependência química, acompanhados de frases como “eu preferia estar morto”, “eu não aguento mais” e “eu não presto para nada” são sinais de alerta. Essas atitudes não devem ser vistas como chantagem emocional ou birra, e sim como avisos para um risco real, pois, ainda segundo dados da OMS, a cada três segundos uma pessoa atenta contra a própria vida e a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio.

 “Só atenta contra a própria vida quem tem doença mental. É preciso tratar este tipo de situação como emergencial, como qualquer outra doença. Se encontrar uma pessoa com fratura ou sofrendo um infarto, você não vai ligar para o SAMU? Com o suicida é a mesma coisa! Ele também precisa de ajuda médica especializada”, explica Silva, que destaca atitudes simples como melhor forma de ajuda, por exemplo, ser um bom ouvinte, demonstrar empatia, ficar perto, não deixar a pessoa sozinha e principalmente encaminhá-la para atendimento médico com urgência.

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