Você pode imaginar um tema tão vasto quanto maternidade? Ainda assim há quem acredite que esse papel se resuma apenas em um “dom divino”. Mas entender o universo materno pode trazer à tona uma realidade nada romântica. 

Realidades como depressão pós-parto, exaustão, violência doméstica e luto materno fazem parte da “arte de ser mãe” e esses assuntos foram abordados pela jornalista e colunista do Papo de Mãe da UOL, Mariana Kotscho ,no dia 2 de maio na Secretaria da Mulher. A palestra deu início à programação especial do mês das Mães realizado pela pasta.

“Quando nasce uma mãe, nasce uma culpa! Hoje, com essa troca, a gente espera que as mães se sintam mais leves, acolhidas e com menos culpa”, abriu o evento a secretária da Mulher, Giani Cristina de Souza.

 

Vida real
De acordo com a jornalista Mariana Kotscho, diferentemente do que se vê nas redes sociais, onde as pessoas publicam um recorte do que seria a maternidade ideal, existem realidades muito diversas.

“É preciso entender os desafios enfrentados pelas mães em diferentes contextos sociais. As mães do sertão encontram ainda mais dificuldades, falta comida e água. São desafios muitos maiores”, conta a jornalista sobre sua experiência ao entrevistar mães de cidades do interior do Ceará.

Carreira
Com relação à carreira profissional, Mariana falou sobre os julgamentos vividos tanto pelas mães que abriram mão da carreira para cuidar dos filhos quanto pelas que continuaram trabalhando. Além das dificuldades de as mulheres ingressarem no mercado de trabalho por terem filhos.

“Em uma entrevista de emprego perguntam para a mulher e não para os homens com quem os filhos vão ficar. E o papel do empregador é garantir condições para que as mães consigam trabalhar, fornecendo creches e auxílios”, conta.

Exaustão materna
A sobrecarga materna também foi debatida no encontro. Isso porque as mulheres assumem várias funções que causam um esgotamento físico e emocional.

“Vivemos numa sociedade extremamente machista, por mais que os homens dividam as tarefas de casa, ainda assim as mulheres é que assumem a maioria das tarefas e colocam o marido como se estivessem fazendo um favor. Eles não fazem favor, fazem a obrigação”, reforça.

Chefes de família
A jornalista citou dados importantes e afirmou que mais 50% das famílias são chefiadas por mulheres, pondo em xeque essa atribuição dada, em muitos casos, aos homens.

“Até há um tempo atrás a justiça falava do pátrio poder, como o homem chefe de família. Isso mudou, agora é poder familiar, deixando claro que a responsabilidade do cuidado é de ambos, porém, sabemos que muitos homens abandonam o lar e as mulheres assumem o sustento da casa”, explica Mariana.

Rede de apoio
Presente na palestra, Adélia Bezerra Abdala, mãe de um bebê de sete meses, fez questão de compartilhar suas experiências e frustações ao ser mãe. “Eu sonhei em ser mãe, mas infelizmente o amor pelo meu filho não foi imediato. Me senti culpada. Tenho muita gratidão pelo Espaço Mulher (oferecido na Secretaria da Mulher), porque aqui consegui apoio psicológico gratuito. Não tive rede de apoio para cuidar do meu bebê e aqui encontrei esse apoio”, contou.

Informação de qualidade
Mariana Kotscho uniu o jornalismo com a maternidade por acreditar na função social de seu trabalho. Isso porque o jornalista tem a responsabilidade de checar as fontes e informar com qualidade as mães que têm dúvidas.

“Um exemplo está naquela mãe do interior do Ceará e que tem filho com uma doença grave. Ela tem direito de pedir tratamento fora de domicílio pelo SUS (Sistema Único de Saúde), sendo encaminhada para grandes centros. Muitas não sabem disso, e quanto mais a gente se informar com fontes de qualidade, mais saberemos sobre os nossos direitos”, concluiu.

CLIQUE AQUI para conferir a programação completa neste Mês das Mães da Secretaria da Mulher de Barueri.

Fonte: Secom – Prefeitura de Barueri