No último dia 23 (sábado) foi realizado nas dependências do Centro de Eventos, (Museu da Bíblia) o 1º Encontro Regional de Matrizes Africanas de Barueri, numa iniciativa da UNEGRO (União dos Negros Pela Igualdade), com total apoio da Secretaria de Cultura e Turismo da cidade, conseguindo reunir dezenas de pessoas de Barueri e das cidades do entorno.

Em grande parte, as manifestações foram pelo direito à fé e à diversidade religiosa, e os representantes de povos de matriz africana cobraram políticas de proteção e segurança dos terreiros e garantias de manutenção das práticas tradicionais. Ao mesmo tempo, relataram casos de violações de direitos e levantaram propostas de combate ao preconceito e à intolerância. Os temas foram colocados pelos componentes da mesa diretora do ato.

“A gente está vendo terreiros e os símbolos do candomblé, das religiões de matriz africana, sendo destruídos por fundamentalistas das mais variadas tendências religiosas. E a gente precisa que esses fundamentalistas comecem a respeitar mais a fé alheia, porque você tem direito à sua fé, tem direito até de não professar nenhuma fé”, disse um dos participantes que não quis se identificar.

“Isso tudo é fruto de um racismo, de um preconceito exacerbado no Brasil e também da falta de conhecimento, porque as pessoas do Brasil não se acostumaram com a cultura afro-brasileira e não entendem o que é um terreiro, a umbanda e o candomblé”, declarou Paulo José dos Santos, candomblecista oriundo da cidade de Carapicuíba.

A proposta do encontro foi reunir os adeptos e simpatizantes dos terreiros de umbanda e candomblé da cidade e da região para discutirem as suas demandas, além de buscarem uma maior visibilidade às religiões de matrizes africanas. A data escolhida pelos organizadores foi justamente no dia de São Jorge, que no sincretismo das religiões afro-brasileiras é conhecido como Ogum, e o mesmo é associado a São Jorge, o cultuado Santo Guerreiro da religião católica.

Fonte: Secom – Prefeitura de Barueri