A Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Barueri (SDPD) realizou no dia 23 (sexta-feira), na sua sede, mais um Café com Libras, ação que tem o objetivo de aproximar as comunidades surdas e ouvintes para discutirem caminhos para a inclusão.

Nesta edição, o tema abordado foi sobre a “Inclusão dos surdos nas igrejas”, e contou com a participação do intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) Oséias Monteiro da Silva e do professor da EBD (Escola Bíblica Dominical), Rogério Contait Lopes.

Inclusão

Os convidados abordaram a importância da inclusão das pessoas surdas nas instituições religiosas com o objetivo de dar a elas a opção de frequentar uma igreja, se for de sua vontade, independentemente da denominação.

Para o intérprete Oséias, os líderes religiosos e os membros das igrejas podem contribuir com a inclusão dando o primeiro passo ao se interessarem pelo tema.

“Não estou aqui para falar de denominação de igreja. Todas são importantes. Começo com uma pergunta: as igrejas estão preparadas para receber os surdos? Um surdo vai no show em São Paulo e encontra acessibilidade. O que fazer quando ele procura uma igreja perto de casa, mas essa igreja não tem acessibilidade?”, indagou.

Oséias lembrou sobre as casas religiosas serem cada vez mais inclusivas. “Falta muito pra gente conseguir acessibilidade e essa é uma oportunidade para criar ministérios dos surdos nas igrejas e tratar isso como uma missão de fato. É preciso estudar e se apropriar dessa língua. Nós temos a responsabilidade de ajudar e incluir o surdo. Precisamos nos conscientizar”, reforça.

Missão

Rogério Contait Lopes é surdo e tem como missão de vida estudar para se tornar um pastor e ajudar as pessoas surdas a se sentirem incluídas nos espaços religiosos. Ele elogiou a iniciativa da SDPD em promover encontros como o Café com Libras e cursos como as Oficinas de Libras de forma gratuita.

“Esse encontro é muito importante para nós, surdos em Barueri. Trazer esse protagonismo para os surdos é uma maneira de construir uma ponte para a acessibilidade. As igrejas podem iniciar essa jornada e motivar os surdos a não se acostumarem com a falta de acessibilidade e sim lutarem por ela”, disse Rogério.