Integrar o seleto grupo das cidades inteligentes de um país exige muito investimento e também planejamento, afinal, é preciso pensar o desenvolvimento urbano e o econômico de forma integrada. Aliar inteligência e tecnologia é parte imprescindível desse processo. Barueri tem mostrado que está no caminho certo e um bom exemplo disso ocorreu durante a maior competição internacional já recebida na cidade: a Liga das Nações de Voleibol Feminino (VNL), que aconteceu de 15 a 17 de maio, no Ginásio Poliesportivo José Corrêa.
Mais de 10 mil pessoas – brasileiros e estrangeiros – passaram pelo local nos três dias e todos queriam a mesma coisa: estar conectados. O evento recebeu também a imprensa de várias partes do mundo, que obviamente precisou de um bom suporte tecnológico para transmitir seus dados (textos, fotos e vídeos) com segurança, rapidez e eficiência.
Foi nessa hora que, mais uma vez, o time da Coordendoria de Inovação e Tecnologia (CIT), ligada à Secretaria de Finanças de Barueri, entrou em campo e fez bonito. A equipe criou uma plataforma tecnológica para atender às necessidades de um evento desse porte que, aliás, precisa de bastante internet para acontecer. Os investimentos feitos pela Prefeitura na rede de fibra ótica permitiram que o município surpreendesse até mesmo os visitantes estrangeiros.
O estatístico e técnico de informática da seleção da Alemanha, Olaf Garbe, atestou isso na ocasião. “O sinal é compatível ao que temos na Europa, a qualidade é muito boa”, declarou. A professora aposentada Rosemary Buss Miehues, que veio de São Ludgero (SC) para o evento, disse que não encontrou dificuldades ao usar a rede. “Somos 13 apaixonadas pelo vôlei. Viemos para um passeio em São Paulo e aproveitamos para assistir aos jogos. Sempre que precisamos do sinal, funcionou sem qualquer problema”, garantiu.
Após os três dias de torneio, mais de 1100 pessoas acessaram o wi-fi gratuito disponibilizado pela cidade, presente tanto dentro do Ginásio quanto em seu entorno. A rede também deu conta de atender aos jornalistas que estavam cobrindo o torneio: foram mais de 400 acessos só por parte deles.
O tira-teima fez uso tanto da internet wi-fi quanto via cabo, garantindo que as dúvidas dos lances fossem rapidamente sanadas. Para tanto, foram disponibilizados mais dois pontos de internet de alta velocidade para o uso exclusivo dos organizadores do evento, como a comissão técnica, os juízes e as jogadoras. A velocidade que era de 100 megas passou a ser de 300. Um rack com roteador, conversor de fibra e outras tecnologias fizeram jus a um evento dessa magnitude.
Chamando a atenção de especialistas
O potencial tecnológico de Barueri tem chamado atenção não apenas aqui no Brasil, mas lá fora também. Exemplo disso foi a visita que o município recebeu do consultor chinês Walter Fang. No dia 28 de maio ele esteve na CIT para conhecer a infraestrutura tecnológica e os projetos desenvolvidos na cidade. “Estou muito impressionado com o entusiasmo e a o profissionalismo dos oficiais e funcionários do governo”, disse Fang.
“A infraestrutura moderna baseada nas mais recentes tecnologias de informação e comunicação (ICT) é muito importante como base para o desenvolvimento de uma cidade moderna, digital ou inteligente. Barueri fez um bom investimento inicial na infraestrutura tecnológica, mas à medida que mais aplicações de cidades inteligentes são desenvolvidas, a infraestrutura tecnológica precisa ser aprimorada. O desenvolvimento de cidades inteligentes é um processo contínuo e Barueri está bem encaminhada nessa jornada”, diz.
Segundo o especialista, atual VP executivo da iSoftStone e presidente de Marketing Corporativo e Aliança Estratégica, com 40 anos de experiência em TI (Tecnologia da Informação) e já tendo passado por gigantes como IBM na América do Norte, Ásia-Pacífico e China, um desenvolvimento de cidade inteligente começa com um bom planejamento urbano de longo prazo e, em primeiro lugar, prioriza os projetos mais necessários e os implementa fase por fase. É claro que isso requer uma grande quantidade de investimento de capital, e envolver o setor privado para participar do desenvolvimento da cidade digital inteligente, sob o modelo PPP, é a abordagem correta.