Além de viabilizar relações interpessoais mesmo à distância, dançar produz hormônios que promovem sensação de bem-estar

Fazer receitas inusitadas. Ler aqueles livros que estão guardados há anos. Assistir mais uma série ou filme. Arrastar os móveis para praticar algum exercício. É nítido que todos estão cansados da pandemia e parece que todas as opções de lazer individual já se esgotaram. Mas você já pensou que a dança pode ser uma ótima aliada para esse período? Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Dança (29/4), o Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran (HMB) explica como a dança pode auxiliar na promoção da saúde mental. 

A dança normalmente está associada a pelo menos duas pessoas, só que o samba, o jazz, o axé e o hip hop são alguns exemplos de ritmos que podem ser praticados sem um parceiro. “Durante a pandemia, que não podemos ter contato físico e que não podemos encontrar outras pessoas, é possível perceber muitos movimentos de dança on-line. E mesmo distante fisicamente, a dança é uma forma de socialização porque aproxima as pessoas e promove interação, é um jeito de se conectar com o outro”, comenta Bruna Vieira, psicóloga do HMB. 

Ainda em relação à vida emocional, além do desenvolvimento das relações interpessoais, a dança tem impacto direto na saúde mental, já que pode amenizar sintomas de doenças psicossomáticas. “Podemos citar a melhora da qualidade de vida, o aumento da autoestima e da autoconfiança como alguns benefícios. E como a dança é uma forma de expressão das emoções, ela também consegue contribuir para o tratamento de ansiedade, estresse e até depressão”, explica a psicóloga.  

Também é importante destacar a influência da dança para o cérebro, pois auxilia no desempenho da atenção, da memória e do raciocínio. “A dança é umas das atividades que mais utiliza memória executiva, que ajuda a diminuir o encolhimento do hipocampo cerebral e previne esquecimentos e demências”, explica o Rafael Reichert, coordenador da psiquiatria do HMB. 

Além disso, dançar tem relação direta com a produção de hormônios. “Pensando fisiologicamente, como uma atividade física, a dança faz com que o cérebro libere serotonina, um neurotransmissor que causa sensação de relaxamento e de prazer”, esclarece Bruna. “A dança é precursora de hormônios positivos para o bem-estar. Dançar duas vezes por semana pode reduzir significativamente os níveis de cortisol, uma substância também conhecida por hormônio do estresse. Para quem anda frequentemente tenso e estressado, a dança pode ser muito benéfica para promover relaxamento e felicidade”, esclarece o psiquiatra. 

Especialmente neste período de isolamento, de cansaço e de perdas, separar alguns minutos durante o dia para se movimentar enquanto aprecia uma boa música passa a ser uma opção acessível, fácil, prazerosa e, claro, saudável. “Mesmo se estiver em outra cidade ou outro país, através da tecnologia é possível se conectar com o outro. A dança faz superar o medo de sermos nós mesmos, desconecta a rotina de estresse e problemas para focar na diversão. É praticamente impossível dançar sem sorrir!”, finaliza Reichert.

Fonte: Secom – Prefeitura de Barueri