O Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran (HMB), unidade da Prefeitura de Barueri gerenciada em parceria com a SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, promoveu dois encontros entre a equipe do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e os colaboradores, tanto da assistência quanto da área administrativa, a fim de esclarecer dúvidas como origem, tratamento, uso de equipamentos de proteção individual e, principalmente, o fluxo de atendimento para o novo coronavírus. Porém, vale ressaltar que a equipe responsável pelo acolhimento desses casos recebeu treinamento específico.

Como, em Barueri, o HMB é o local indicado para realização de exames para confirmar ou descartar a detecção do novo coronavírus, é fundamental que todos os funcionários entendam o processo de atendimento. Por meio da rede municipal de saúde, o hospital recebe a solicitação de exame do caso suspeito e quando o paciente (já com máscara) entra na unidade, é encaminhado para o setor responsável pela admissão do caso, seguindo para uma área isolada, a fim de realizar o protocolo. Após coleta de material, o paciente recebe orientação para ficar em isolamento domiciliar até que recebam o resultado do exame. É importante frisar que apenas em situações consideradas graves, como em idosos ou pessoas que apresentam alguma comorbidade, existe a indicação para internação.

Na segunda-feira (16/3), Priscila Dantas, infectologista do HMB, destacou a importância de acessar informações seguras e corretas para não causar desespero ou pânico. “É fundamental que nós confiemos nos dados oficiais porque desde o primeiro caso suspeito na China, provavelmente devido ao consumo de animais como morcegos e pangolins, muitos cientistas começaram a desenvolver pesquisas e estudos sobre o surgimento desse novo vírus da família do coronavírus, que já é um vírus conhecido desde 1960. Inclusive os dados desses estudos já apontaram que mais de 40% dos casos foram infectados em ambiente hospitalar, ou seja, por profissionais que lidam diretamente com os pacientes. Por isso, estamos proporcionando essa palestra”, explicou Dantas, que enfatizou a necessidade de pensar no coletivo acima do individual, porque a maioria da população não é considerada vulnerável, mas pode ser transmissora.

A médica também explicou que o uso de máscaras é destinado apenas para quem está com os sintomas da Covid-19, doença transmitida pelo novo coronavírus, e para os profissionais que terão contato direto com esse paciente. “As pessoas acham que colocar máscara é uma forma de proteção, mas ela perde a eficácia em pouco tempo de uso contínuo devido ao calor, ao suor e até a umidade da respiração. Quem precisa desse tipo de equipamento é a pessoa que transmite o vírus por meio de gotículas da fala, do espirro ou da tosse e quem vai atendê-la”, esclareceu Priscila, que demonstrou na prática a ordem de colocação e de retirada dos equipamentos de proteção individual, por exemplo, avental, luvas e óculos.

Já na terça-feira (17/3), a palestra foi conduzida por Angélica Barbosa, infectologista do hospital, que também passou um panorama da doença e abordou a necessidade de lavar as mãos no ambiente hospitalar, já que o álcool gel é indicado apenas quando não há disponibilização de água e sabão. “Higienizar as mãos precisa ser um hábito, assim como usar de cinto de segurança. Quando você entra no carro, não é automático colocar o cinto? A lavagem das mãos também tem que ser porque é a melhor forma de prevenir a Covid-19. E essa prevenção depende da colaboração de todos”, alertou Barbosa, que finalizou a conversa com um vídeo exatamente sobre a transmissão do vírus no hospital quando uma pessoa esquece de lavar as mãos e amplia o risco de contaminação para toda a unidade e para os visitantes, que saem do hospital e podem transmitir para outras pessoas.

Vale destacar que além das palestras com especialistas, como medida prática, cada setor recebeu embalagens de álcool gel. O departamento de hotelaria está com atenção redobrada para abastecimento de sabonete líquido e álcool em todos os andares do hospital e nos processos de higienização da unidade, com foco em portas e maçanetas. Além disso, a hotelaria também realiza a limpeza com produtos específicos de desinfecção no corredor, no elevador e no leito destinado para o exame imediatamente após a passagem do paciente com suspeita.

A direção do HMB, que disponibilizou banner informativo sobre como agir em casos suspeitos e tem realizado reuniões diárias com o SCIH sobre a situação atual do vírus, ainda desenvolveu um fluxo de atendimento específico para garantir a segurança de todos os transeuntes e um plano de contingência que já garante a reserva de 20 leitos de isolamento nesse primeiro momento e de acordo com a necessidade, possibilita a viabilização de mais 20 leitos.

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