A Câmara de Osasco promoveu, o terceiro encontro do projeto “Osasco que Queremos”. O tema dessa terceira rodada de debates foi “Como organizar uma boa rede pública de saúde” e contou com a participação de especialistas na área.
O encontro foi presidido pelo Vereador Mário Luiz Guide (PSB), idealizador do projeto. Também integraram a mesa de trabalhos o Chefe de Gabinete do Prefeito Rogério Lins, José Carlos Vido, o médico e ex-prefeito de Taboão da Serra (SP), Dr. Evilásio Farias, o ex-secretário adjunto de Saúde de Guarulhos (SP), Dalmo Viana, e a presidente local do PSB, professora Teresa Santos.
O Vereador Mário Luiz Guide disse que a saúde é a área apontada como prioridade pela maior parte da população. Em levantamento realizado pela equipe do parlamentar, 92% das pessoas ouvidas nos bairros de Osasco destacam o setor como o que mais necessita de atenção.
Segundo Guide, os convidados foram escolhidos de acordo com o envolvimento com o tema. “Fizemos o convite para pessoas aqui de Osasco e de outros municípios para a gente compartilhar com eles e ouvir a experiência deles”, justificou.
O ex-secretário de Saúde de Osasco, José Carlos Vido, disse que a saúde é uma área complexa e que enfrenta problemas em praticamente todos os municípios.
Vido atribui grande parte dos problemas na saúde à distribuição dos recursos via Sistema Único de Saúde. “O que falta é uma justa relação entre os entes federados”, afirmou. Para ele, essa relação injusta na distribuição de recursos deixa a população cada vez mais insatisfeita.
O médico Evilásio Farias também defende a tese de que os recursos deveriam ser proporcionais à rede da cidade e ao número de atendimentos. “Para minimizar o problema do Brasil, o governo deveria distribuir os recursos per capita por município”, opinou.
O município de Barueri, por exemplo, tem um orçamento para a saúde que é duas vezes maior do que Osasco, mas o número de atendimentos na rede pública é muito menor.
Farias também fez um comparativo entre os recursos gastos na área da saúde entre o Brasil e países desenvolvidos. O Canadá, por exemplo, aplica 7,66% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o Brasil gasta 4,32%.
Na avaliação de Dalmo Viana, o subfinanciamento na saúde é um problema extremamente grave, porque acaba responsabilizando os prefeitos e secretários pelos problemas de insuficiência no atendimento.
De acordo com ele, a responsabilidade pelos atendimentos de média e alta complexidade é do Estado, mas sempre acaba recaindo sobre o município, devido à judicialização. “A população não quer saber se é responsabilidade do município, do governador ou do presidente, mas que o problema seja resolvido”.
“Osasco que Queremos“
O Projeto “Osasco que Queremos” é uma iniciativa criada para ouvir a população e os mais diversos segmentos da sociedade sobre o que é preciso fazer para ter uma cidade melhor no futuro.
O encontro sobre a área da saúde foi o terceiro de uma série de reuniões promovidas na Câmara a partir de maio deste ano.
Para realizar o “Osasco que Queremos”, o Vereador Mario Luiz Guide tem ouvido lideranças de vários setores, além da população nos bairros. A ideia é compilar todas as sugestões para a elaboração de políticas públicas.