No mês de junho, o Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran iniciou o projeto “Classe Hospitalar”, que consiste em um atendimento pedagógico educacional para crianças entre e 14 anos que estão fazendo algum tipo de tratamento de saúde e precisam ficar internadas.

Com metodologia interdisciplinar, a professora Lucinéia Lemos, pedagoga efetiva da Secretaria Municipal de Educação, propõe atividades especiais e exclusivas para cada criança de acordo com a idade e com o desenvolvimento pessoal. As aulas, realizadas de segunda a sexta-feira, são ministradas em uma sala no andar do setor de pediatria, com aparelho de som, jogos pedagógicos, tinta guache, giz de cera, além de materiais escolares como cadernos, lápis e borracha. Mas as crianças que possuem qualquer limitação de locomoção recebem as aulas no conforto do próprio leito.  

“A nossa intenção é dar oportunidade para as crianças que estão internadas continuarem o estudo de educação básica fundamental. Mesmo que estejam no hospital, meu desejo é que elas estejam felizes e possam aprender por meio de atividades lúdicas”, explica a professora, que usa, por exemplo, a metodologia de contação de histórias para fazer diversas aplicações como contas, desenhos, interpretação de texto e redação.  

Como cada paciente tem um tempo de internação, não existe um cronograma pré-estabelecido, porém, visto que as aulas são oferecidas diariamente, todos têm oportunidade de aprender, independentemente do período de permanência no hospital. “A minha filha está na 5ª série e ainda não sabemos quanto tempo vai demorar a recuperação depois da cirurgia. Então, essa classe já vai ajudar no aprendizado. Eu estou encantada! Ela estava até chorando de nervoso por causa da cirurgia e agora já dá pra perceber que o rostinho está bem diferente, porque ela se distrai e ainda aprende. É uma alegria para as crianças”, comenta Oziene Santos, mãe da Dryelle Ross, aluna da Classe hospitalar.  

As lições podem ser individuais ou em grupo de até três alunos com a mesma faixa etária. Ao final das atividades, o responsável receberá uma declaração de atividade com assinatura da pedagoga, acompanhada de um atestado médico, que garantem a justificativa de faltas na escola e demonstram que não houve uma interrupção de aprendizado durante o tempo no hospital. “A minha filha está aqui há nove dias e ela adora! Fica ansiosa para vir na sala e toda hora me pede para trazê-la. E a professora também é muito boa, tem muita paciência com as crianças. Vocês estão de parabéns”, relata Edvânia Ferreira, mãe de Mariana Fagundes, que considera o projeto uma forma de incentivo para as crianças e de tranquilidade para os pais.  

Assim como proporciona vínculo entre a escola, os alunos, a família e o hospital, as aulas também promovem a integração e a socialização dos pacientes, com oportunidade de humanizar o atendimento hospitalar. “Além de aprender, as crianças também gostam de sair do quarto, de caminhar até a sala, porque conseguem se distrair e ver algumas novidades no caminho”, ressalta a pedagoga.  

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