Foi inaugurado na manhã deste sábado (23), o novo prédio onde passa a funcionar a unidade jundiaiense do Centro de Valorização da Vida (CVV). Instalado até há pouco tempo num espaço pequeno dentro do Complexo Fepasa, o CVV agora está numa casa disponibilizada pela Prefeitura de Jundiaí. E não à toa, a fachada da casa recebeu a tonalidade amarela, que representa o chamamento da atenção pública para a questão do suicídio.
Hoje contamos com 28 voluntários, mas com a mudança para este espaço, podemos ter mais condições de trazer outras pessoas interessadas em colaborar com nossa causa”, diz Maria Bernadete Amaral Carneiro, coordenadora da instituição. “Graças a um convênio com o Ministério das Cidades, agora as chamadas feitas de Jundiaí e região para o CVV são feitas pelo número 188. Hoje pode-se ligar gratuitamente de um orelhão, de um celular, de um aparelho fixo que cairá em algum ponto do Brasil, onde um voluntário do CVV vai atender e dar o suporte a quem precisa de ajuda”, explicou.
Para o prefeito Luiz Fernando Machado, a conquista é merecida e extremamente válida, considerando que desde a última Semana de Valorização da Vida, realizada em setembro do ano passado, o município de Jundiaí passou a olhar com uma atenção ainda maior a questão da depressão e do suicídio, elementos abordados na maioria dos atendimentos realizados pelos voluntários.
“É de extrema importância que a gente discuta o suicídio de forma transparente e não o trate apenas como um tabu”, destacou o prefeito. “No ano passado, já acrescentamos este assunto no calendário do município com aquele encontro marcante que lotou o Polytheama. Isso demonstrou que a cidade quer discutir o assunto”, destacou.
Ipê amarelo
Com o plantio de uma muda de ipê amarelo – chamado de “a árvore da vida” – a cerimônia de inauguração do novo espaço reuniu autoridades, voluntários e amigos da causa. Dentre os voluntários estavam a escritora Júlia Heimann, que fez parte da segunda turma do CVV em Jundiaí e retornou há 8 anos. “Me sinto muito bem ajudando quem precisa. Comecei em 1979, parei meu voluntariado durante alguns anos e, depois que passei pela experiência de ter um amigo suicida, voltei a me dedicar ao CVV”, lembrou.
Outro voluntário presente era Daniel Cerimarco, que já trabalhou no CVV de São Paulo e desde que se mudou para Jarinu, contribui com o posto de Jundiaí atuando uma vez por semana no horário da madrugada. “Não tenho muita disponibilidade de tempo, então, atuo das 23h às 3h da manhã. Na verdade, esse é um horário que é mais difícil conseguir voluntários, mas também é um dos horários em que mais pessoas que precisam de ajuda recorrem ao CVV, pois não conseguem dormir direito.”
Bernadete aproveita a ocasião para convidar pessoas interessadas em atuar como voluntário do Centro. “Temos nossos cursos de capacitação escutatória, que auxiliam bastante também a que tenhamos um olhar diferenciado pelo próximo, para que saibamos como ouvir os problemas dos outros. O exercício da escuta é essencial para quem quer contribuir como voluntário, mas também nos auxilia em nossas próprias vidas”. Quem tiver interesse, pode entrar em contato com o CVV pelo número (11) 4521-4141 ou visitar a nova sede, que fica na Rua Monteiro Lobato, 199 – Vila Argos.