Maria Lucia Carnio, de 69 anos, havia parado de fazer atividade física aos 44 para cuidar da família. Em agosto passado retomou as atividades no Complexo Esportivo José Pedro Raymundo, na Vila Rio Branco, jogando vôlei adaptado, e percebeu uma melhora quase imediata em sua qualidade de vida. “Tudo melhorou; estava com depressão e me recuperei, hoje tenho mais disposição”, enumera. Ela agora tem um objetivo: evoluir o suficiente para fazer parte do TIME Jundiaí e atuar em competições. Maria Lucia faz parte dos cerca de 2 mil alunos com mais de 60 anos que participam de atividades esportivas na cidade; no total 7 mil pessoas praticam aulas nos Complexos.

O número de idosos no Brasil bateu a casa dos 30 milhões em 2017. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a tendência de envelhecimento da população vem se mantendo: os 4,8 milhões de novos idosos que o País ganhou de 2012 para cá representam um aumento de 18% neste grupo etário. No caso de Jundiaí, esse avanço do envelhecimento populacional é ainda mais acentuado. O índice de envelhecimento na cidade (em %), segundo dados da Fundação Seade – portal de estatísticas do Estado de São Paulo -, é de 94,43, enquanto que no Estado é de 78,13.

Público com mais de 60 anos é ativo nas atividades dos Complexos Esportivos

Com isso, em Jundiaí, ações já são realizadas para que a cidade seja capaz de se adaptar a essa mudança no perfil populacional, principalmente no que se refere à qualidade de vida. Em 2018, o município se destacou como a 7ª melhor cidade em qualidade de vida para idosos, dentre 150 municípios com mais de 150 mil habitantes, em uma pesquisa realizada pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que estabeleceu o ranking de melhores lugares para se viver após os 60 anos.

Como uma das atuações da Prefeitura de Jundiaí para o segmento estão as atividades de esporte e lazer, capazes de, ao mesmo tempo, oferecer melhoria na saúde, na qualidade de vida e na interação social. Para o gestor da Unidade de Gestão de Esporte e Lazer (UGEL), Luiz Trientini, “esporte substitui remédio”. “Atividade física é importante para todas as idades, mas para os maiores de 60 é primordial, recuperando a perda muscular e a flexibilidade. Mas, além do aspecto físico, a questão social é crucial”, opina.

Segundo Trientini, todo mundo sonha em se aposentar, mas o fim do trabalho pode trazer o ócio e suas más consequências.  “O idoso acaba não tendo o que fazer, fica o dia todo em frente à televisão e, enfim, fica doente. A atividade física e a integração social – como vemos todos os anos no JORI, os Jogos Regionais dos Idosos – são capazes de fazer toda a diferença”, diz. “A alegria que vemos no JORI, a energia, com todo mundo se cumprimentando, se abraçando, torcendo juntos, é uma coisa fantástica”, afirma. Este ano, a delegação jundiaiense do JORI contou com 130 pessoas.