Foi como uma tela em branco que Angela Marques, de 62 anos, chegou à turma de Pintura Artística, do Fundo Social de Solidariedade (Funss). A aposentada, que se mudou para Jundiaí há seis anos, encontrou no curso gratuito uma forma de preencher a vida de cores. “Busquei para me ocupar, como uma terapia para meus dias. Hoje, faço peças para presentear a minha família”, disse.

Jéssica Rosa de Souza Bezerra Oliveira, de 24 anos, também se inscreveu na capacitação para se distrair. Desempregada desde o ano passado, foi por meio da venda de uma tela feita em aula que a jovem conseguiu pagar a inscrição em um concurso público: “Quem comprou foi a minha mãe, mas me senti muito bem porque pude me inscrever a partir de um trabalho feito por mim”. Agora, Jéssica faz planos para o futuro. “Sempre gostei de artes plásticas e no passado até fiz um curso semelhante. Por isso, quando conseguir um novo emprego, quero comprar material para produzir mais. Não sei se venderei minhas peças, pois sinto um apego às criações. Mas, se houver encomenda será muito bom”.

Vera Lúcia Fernandes Santos Silva, de 45 anos, também é uma das alunas. Dona de casa e mãe de duas filhas, ela conta que conquistou a vaga a partir da desistência de um outro matriculado. “É maravilhoso conseguir reproduzir uma imagem e fazer uma obra de arte. Descobrir o que é um fundo de tela, um espaço intermediário, riscar e misturar as cores me traz uma felicidade enorme”, disse.

O curso de Pintura Artística é uma realização do Fundo Social de Solidariedade em parceria com a Unidade de Gestão de Educação (UGE) da Prefeitura de Jundiaí. O módulo possui três turmas, duas delas com encontros na sede do Funss, e outra realizada de maneira descentralizada, no bairro Jundiaí-Mirim. De acordo com a professora, Alessandra Giassetti Malatesta, a capacitação é básica e tem por objetivo inserir os alunos no universo das artes. “Começamos pelo treinamento do olhar e pelo desenvolvimento da sensibilidade de cada um. Depois, surgem os traços, as combinações de cores e como colorir a tela. Vê-las progredir é fascinante”, afirmou.