Levantamento feito pelo Comitê Gestor Intersetorial (CGI), responsável pelo monitoramento e Avaliação da Implantação do Plano Municipal de Atenção à População de Rua, aponta que Osasco possui hoje 241 pessoas em situação de vulnerabilidade nas ruas da cidade. Do total, 173 são homens (72%) e 68 mulheres (28%), com idades que vão dos 18 aos 60 anos. Os números apontam ainda que a maioria não completou o ensino fundamental, mas há também pessoas (sete ao todo) com curso superior incompleto.

            Os dados foram apresentados em reunião do grupo na quinta-feira, 26/4, no auditório da Secretaria de Assistência Social (SAS), na qual foram apresentadas as necessidades dessa população e as ações de governo já em curso e aquelas ainda em fase de discussão visando iniciativas futuras.

            O CGI tem 25 representantes, distribuídos entre sociedade civil, usuários dos serviços, defensoria pública e governo municipal, por meio de suas secretarias, entre elas a própria SAS, Fundo Social, Esportes, Saúde, Educação, Transportes e Cultura.

            Entre as propostas apresentadas pelos usuários já em execução, segundo a SAS, está a ampliação do quadro de recursos humanos (Centro Pop e Unidade de Acolhimento), visando acolhimento mais qualificado que possa resultar na saída dessas pessoas da situação de rua e reforço no vínculo familiar, além da reforma das unidades de acolhimento, entre elas a do Jardim Rochdale. Estão previstos ainda a reforma do Centro Pop e do CRAS Piratininga.

            No campo do trabalho, segundo a secretária de Assistência Social, Elsa de Oliveira, a Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão (SDTI) destinou 60 vagas para a população de rua. “É a nossa obrigação prestar o acolhimento e pensar em políticas públicas que atendam as necessidades dessa população. Essa é a nossa prioridade”, disse Elsa.

            Entre as reivindicações dos usuários constam, entre outras, a ampliação do atendimento escolar no ensino fundamental e inclusão em programas como o Bolsa Aluguel e Minha Casa Minha Vida.

           “Comecei aqui minha trajetória e fui usuário do serviço, portanto sei o quanto é importante a inclusão dessa população nas políticas públicas. Muitas pessoas estão nas calçadas ou debaixo de pontes porque às vezes, em razão da condição econômica, perderam até seus lares. Sabemos que a Assistência (Social) fornece alimento, albergue, mas seguindo uma tendência mundial, o que se percebe é que o acesso à moradia virou prioridade para as pessoas em situação de rua. Tem sido assim em diversos país, como em Portugal e Dinamarca”, analisou Darcy Costa, ex-morador de rua de Osasco, do Movimento Nacional de População em Situação de Rua.

            Em Osasco, o CGI foi criado em 2012. Também participaram da reunião representantes das demais secretarias e dos usuários dos serviços.